Viver com o diagnóstico de albinismo, requer uma serie de cuidados médicos, dos quais já mencionamos aqui anteriormente. Entretanto, essa não é a unica preocupação de pessoas no espectro albino. O pouco conhecimento da população a respeito do assunto, leva a preconceitos e como resultado, temos entre outras coisas, a exclusão e a perseguição. Essa, tem como base uma crença oriunda da região dos grandes lagos africanos que diz que poções feitas com partes dos corpos de pessoas albinas são capazes de transmitir poderes mágicos e prosperidade para quem as toma. Tal superstição, traz consequências tristes para os albinos que moram nesses lugares, como a violência, morte e até violação de seus túmulos. Durante uma entrevista por telefone para a agência de notícias Reuters, o cantor zambiano John Chiti alertou sobre alguns casos que aconteceram em Lusaka, capital de seu país, desde o começo da pandemia. “Mesmo enquanto tentamos sobreviver a esta Covid-19, pessoas com albinismo continuam a ser caçadas”…””Isso é muito preocupante, estamos vivendo com medo.”
E se todos nós estamos passamos por períodos conturbados durante a pandemia de Covid-19, as pessoas no espectro albino enfrentam isso de um ponto de vista ainda mais delicado. De acordo com William Savanguene, diretor da Albimoz (Associação de Apoio a Albinos de Moçambique), o número de pedidos de ajuda alimentar aumentou muito desde começo da pandemia. Isso, por que a doença conseguiu amplificar um problema que já era grande: o desemprego da população albina, causado pela discriminação. Antes da pandemia, ainda existia algum tipo de renda, mas com as restrições sanitárias impostas em prol da contenção do vírus as coisas ganharam uma nova realidade.
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Em um cenário onde não se tem o que comer, William chama a atenção para outro ponto importante: Nem todos conseguem ter acesso a Álcool em gel e outros produtos de higiene, o que os tornam ainda mais vulneráveis ao Coronavírus. Mas felizmente, algumas coisas têm sido feitas para suprir as necessidades das pessoas com albinismo durante esse período. No Distrito de Buzi, parte das famílias com albinismo e/ou deficiência estão recebendo alimentos, mantas, redes mosqueteiras e produtos de higiene por parte da UNICEF, Light Of The World, e da Cooperação Austríaca Pelo Desenvolvimento.
Aqui no Brasil, foi liberado no fim de dezembro uma verba de R$7,1 milhões de reais para ampliação dos cuidados com pessoas albinas. O investimento foi anunciado no Diário Oficial da União em 18 de dezembro, e de acordo com o ministério da saúde, visa mapear a população brasileira que vive com a condição genética e adequar o SUS. Ao todo 504 municípios foram beneficiados com o incentivo financeiro.