Mundo Negro

“A luta é diária” Perito veterinário negro fala um pouco mais sobre as lições de uma profissão elitista

Foto: Gustavo Stephan

“O meu nome é Clifton Davis da Cruz Conceição, tenho 43 anos e sou formado em medicina veterinária. É uma profissão elitista em que há e sempre teve maioria branca.” Clifton, começou a falar um pouco mais sobre a rotina de sua profissão dessa maneira e, mesmo sabendo, o quanto a medicina veterinária o traz benções e lições gratificantes, não pode deixar de esquecer a discriminação que passou por ser um médico veterinário negro, mesmo não deixando ser abalado por ela.

O médico sabe o quanto a trajetória, história de vida e representatividade dele importam perante a sociedade e as pessoas negras que buscam estar em uma profissão considerada elitista e majoritariamente branca.

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Clifton é perito judicial, trabalha com juízes, auxiliando a esclarecer erros médicos na veterinária. Também é autor de 6 livros e exala inteligência e representatividade em todos os seus gestos, escritas e atuações.

A ideia do perito, com suas obras, foi auxiliar e difundir a capacitação de médicos veterinários que sejam intimados, indicados ou nomeados. Os nomes de alguns dos seus livros são:

1 – Medicina Veterinária X Processos Judiciais –(como evitá-los)

2 – Novo Código de Ética Médica Veterinária – comentários sob a ótica pericial.

3 – Principais Resoluções do CFMV para o Clínico Veterinário de Pequenos Animais

Clifton falou, também, um pouco sobre o começo de sua profissão:

“Eu como estudante de medicina veterinária negro, sofri discriminação racial em casos pontuais. Por exemplo: situações de convivência em república de estudantes. Não me aceitavam morar com eles (brancos racistas). Vivíamos numa casa no interior do Rio de Janeiro com 2 quartos e éramos 6 pessoas. Ninguém quis dividir o quarto comigo, ou seja, ficaram 5 num quarto, e eu sozinho em outro. Foram anos difíceis, de convívio bem ruim.” Explicou ele sobre os seus 5 anos como estudante da graduação.

“Mas não me abalei, foquei nos estudos, me formei e hoje mal sei da existência desses seres sem luz. Muitos colegas nem sabem dessa história triste” Concluiu ele.

Escritor, médico, perito e pai integral, Clifton fez sua trajetória independente do que passou em momentos difíceis na profissão. Sendo autor de 6 livros, 3 independentes, compartilha algumas dicas sobre sua área de profissão nas redes sociais e fala que “vamos que vamos, pois desde que o mundo é mundo, o racismo existe e não deixará de existir. No entanto, vão sempre existir médicos veterinários e médicas veterinárias negros (a) sim, queiram ou não.”

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