Texto: Rachel Maia
O avanço das potências econômicas africanas e as oportunidades estratégicas para o Brasil no cenário global é algo que tem chamado minha atenção. Estive na África em março, mais precisamente em Luanda, na Angola, e pude ver de perto líderes empenhados estrategicamente e os resultados desses feitos.
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A ascensão das economias africanas tem reposicionado o continente como uma potência geoeconômica no século XXI, com países como Nigéria, Gana, África do Sul, Egito e Quênia liderando em setores-chave — de energia e agricultura à tecnologia e infraestrutura.
O continente africano abriga algumas das economias que mais crescem no mundo. A Nigéria é um exemplo — o país que, em 2024, teve um aumento considerável na economia, indicando alta na projeção do Produto Interno Bruto (PIB) —, com forte presença nos setores energético e tecnológico.
Pensar nas possibilidades econômicas para o Brasil, ao fortalecer laços comerciais com países do continente africano, potencializa uma via de crescimento mútuo. Mais do que uma aproximação cultural e histórica, a relação Brasil-África representa o futuro. Um novo cenário é impulsionado por investimentos em tecnologia, aumento da urbanização, expansão do consumo interno e parcerias estratégicas com países emergentes.
Com expertise em agricultura tropical, o Brasil tem know-how para colaborar com países africanos no aumento da produtividade rural — um ganho duplo, econômico e social. Ampliar a exportações de alimentos, máquinas agrícolas, medicamentos e bens industrializados são possibilidades assertivas a serem exploradas.
Tecnologia e interconexão
Países como Quênia e Gana, onde o ecossistema digital cresce em ritmo acelerado, propiciam a startups e fintechs brasileiras oportunidades para expandir suas soluções. Outro ponto que considero relevante é pensarmos no continente africano como aliado estratégico para o Brasil em fóruns multilaterais, reforçando a voz do Sul Global em temas como sustentabilidade, inovação e inclusão econômica.
Importante ressaltar a atuação das mulheres nas transformações comerciais e econômicas desenvolvidas não apenas na África, mas no mundo. A nigeriana Ngozi Okonjo-Iweala é um exemplo notável: ela é a primeira mulher africana a ocupar o cargo de diretora-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), e está no posto desde março de 2021. Sua atuação tem sido fundamental para abrir caminhos de desenvolvimento inclusivo, destacando países do Sul Global. De acordo com o portal Nações Unidas do Brasil, em discurso, ela fala da importância de fazer conexões: “Moldar e implementar as respostas políticas necessárias para fazer a economia global funcionar novamente”, afirma Ngozi.
O cenário africano está em transformação acelerada, com economias robustas ganhando tração nos mercados globais; portanto, é essencial identificar sinergias para entender o potencial da relação com o Brasil.
A expansão geoeconômica da África é um convite para o Brasil ampliar sua presença, construir parcerias sólidas e gerar impacto positivo. Investir nesse relacionamento é mais do que uma estratégia comercial: é uma aposta em um futuro mais equilibrado, cooperativo e sustentável.
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