Mundo Negro

99Food promete revolucionar o delivery ao zerar taxas para restaurantes e desafia monopólio do setor

Para donos de pequenos restaurantes, estar em um aplicativo de entrega muitas vezes é uma escolha entre ganhar visibilidade ou preservar a própria margem de lucro. Comissões que podem chegar a 30% por pedido, cobranças mensais e taxas sobre transações tornam as plataformas uma faca de dois gumes: ajudam a alcançar novos clientes, mas corroem o caixa do negócio.

Essa é a realidade enfrentada hoje por milhares de estabelecimentos que operam com plataformas como o iFood, líder do setor no Brasil. No modelo mais popular do app, o plano “Entrega”, a comissão por pedido é de 23%, somada a uma taxa de 3,2% sobre o pagamento online e uma mensalidade de R$150 (para quem fatura acima de R$1.800). Os custos pressionam ainda mais os pequenos negócios, que precisam aumentar os preços dos pratos para manter alguma rentabilidade, o que afasta o consumidor e fecha um ciclo vicioso.

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Diante desse cenário, a 99, conhecida por seu serviço de mobilidade, anunciou a chegada da 99Food, uma nova plataforma de entregas que pretende romper esse modelo. A promessa é ousada: restaurantes cadastrados não pagarão nenhuma comissão nem mensalidade pelos primeiros 24 meses de operação.

De acordo com a empresa, a iniciativa tem como objetivo devolver rentabilidade aos estabelecimentos e garantir preços mais acessíveis para os consumidores. “Restaurantes não precisam mais ceder um terço do que ganham só para cobrir custos”, afirmou Bruno Rossini, diretor sênior da 99. Segundo ele, os estabelecimentos parceiros podem aumentar em até 20% o lucro por pedido, comparado aos modelos atuais.

A 99Food funcionará em dois formatos:

O serviço estará disponível para o público em meados de 2025. Até lá, o cadastro de restaurantes já está aberto em todo o país por meio do site merchant.99app.com, com aviso prévio de 30 dias antes do início das operações em cada região. A plataforma pretende atrair parte dos mais de 400 mil restaurantes brasileiros que ainda estão fora do sistema de delivery por não conseguirem arcar com os custos das plataformas tradicionais.

E os entregadores?

Uma das críticas mais frequentes ao setor de delivery,  e também à economia de plataformas como um todo, é a precarização das condições de trabalho dos entregadores. Com a chegada de uma nova empresa ao mercado, é natural que surjam dúvidas sobre o que mudará para esses trabalhadores, principalmente os motoboys, que são peça-chave da cadeia.

Em resposta ao Guia Black Chef, a 99 informou que detalhes sobre a remuneração dos motociclistas parceiros serão divulgados antes da entrada em operação da 99Food. A empresa, que integra a Amobitec (Associação Brasileira de Mobilidade e Tecnologia), reforçou que apoia a regulamentação da categoria e aposta no crescimento do mercado como forma de gerar mais oportunidades de ganho para os entregadores.

“O ecossistema prevê mais oportunidades de ganhos para motociclistas com a opção de uma nova plataforma que tem mais de 55 milhões de usuários e que tem potencial para atrair parte dos 400 mil restaurantes que hoje não utilizam plataformas de entregas de comida”, informou a empresa. 

Para os pequenos restaurantes, pode ser o início de uma alternativa real ao modelo vigente,  com menos taxas, mais controle sobre os próprios preços e, talvez, a chance de fazer o delivery voltar a ser sinônimo de lucro.

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